VENDAVAL.

O VENDAVAL

O sopro do vento

Assanha a Morena,

Espalha os cabelos,

Sacode a saia;

Balança a bandeira

Levanta a poeira,

Trazendo um recado,

De um temporal

Que vá desabar.

Alerta a todos

Que vá para dentro

Que busque um abrigo,

Que um grande toró

Vai logo chegar.

Lá vai dona Rita

Correndo doidinha

Livrando se dos pingos

Na mão a sombrinha

As gotas das chuvas

Começa a molhar.

Dona Marcinha

Correndo apressada

Em direção do quintal

Colhendo as roupas

Que se abanam e se bate

Com a força do vento

Só falta rasgar.

O tempo escuro

Vem logo chegando,

Os estalos dos raios

Que cai como facas

Em chamas vermelhas

Queimando quebrando

Os galhos mais fortes

Do jequitibá.

A chuva começa

Tão forte e intensa

Fazendo enchente

Nas ruas e nos parques

Como rios que correm

E deságua no mar.

Agora a Morena,

Da grande janela,

Aprecia os pingos que cai

Do telhado a água fria

Um tempo gostoso,

A pele arrepia

Com a brisa gelada

E tudo encharcado,

Com poças de águas

Por todo lugar.

Antherport

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 20/02/2013
Reeditado em 18/06/2022
Código do texto: T4151311
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