VENDAVAL.
O VENDAVAL
O sopro do vento
Assanha a Morena,
Espalha os cabelos,
Sacode a saia;
Balança a bandeira
Levanta a poeira,
Trazendo um recado,
De um temporal
Que vá desabar.
Alerta a todos
Que vá para dentro
Que busque um abrigo,
Que um grande toró
Vai logo chegar.
Lá vai dona Rita
Correndo doidinha
Livrando se dos pingos
Na mão a sombrinha
As gotas das chuvas
Começa a molhar.
Dona Marcinha
Correndo apressada
Em direção do quintal
Colhendo as roupas
Que se abanam e se bate
Com a força do vento
Só falta rasgar.
O tempo escuro
Vem logo chegando,
Os estalos dos raios
Que cai como facas
Em chamas vermelhas
Queimando quebrando
Os galhos mais fortes
Do jequitibá.
A chuva começa
Tão forte e intensa
Fazendo enchente
Nas ruas e nos parques
Como rios que correm
E deságua no mar.
Agora a Morena,
Da grande janela,
Aprecia os pingos que cai
Do telhado a água fria
Um tempo gostoso,
A pele arrepia
Com a brisa gelada
E tudo encharcado,
Com poças de águas
Por todo lugar.
Antherport