CIDADES DO BRASIL
CIDADES DO MEU SERTÃO
(José Ribeiro de Oliveira)
A poesia nordestina
tá nos nomes das cidades
Tá no jeito do caboclo
No encabular da menina
Agrestina, Alagoinha
Amaraji, Araripina
Tá no calor do Sertão
No aboiar do Vaqueiro
Cabrobó, Caetés
De Bodocó a Salgueiro
Tem poesia no vento
Na conversa do matuto
Na batida do pilão
De Araripina a Exu
Carpina, Caruaru
Em Calumbi, em Calçada
Em Jatobá, Orobó
Crato e Itamaracá
Em Arcoverde e Barreiros
Em tudo tem melodia
Gameleira é poesia
Tal qual Itamaracá
Manari e Orocó
Nunca vi coisa mior
Água Preta e Brejinho
Camaragibe e Flores
Buíque e Gravatá
Feira Nova e Garanhuns
Poesias incomuns
Ipojuca, Maraial
Que rima sensacional
Bom Conselho não se vende
Ingazeira e Itambé
Petrolina e Quipapá
Orocó, Pombos, Poção
Enfeitam qualquer canção
Ibimirim, Inajá
Ferreiros e Lagoa Grande
Correntes, Cedro, Chão Grande
São José do Egito
Chão de poetas, Bonito
Altino, Araçoiaba
Sanharó, jataúba
Limoeiro e Granito
Condado, Cortes, Cupira,
Aliança, Chá de Alegria
Floresta Itacuruba
Índio foi quem batizou
Itaíba, Alagoinha
Granito e Iati
Cupira e Ingazeira
Rima fácil com faceira
Cabo de Santo Agostinho
Brejinho e Jucati
Tupi, Jurema e Lajedo
Tá na canção do Luiz,
Parnamirim e Passira
Salgueiro e Saloá
Serrita, Tacaimbó
Jaqueira e Ribeirão
Veja só a lua cheia
Na estrada de Sairé
Triunfo e Venturosa
Machados e Manari
Quem nunca passou ali
Tabira, Tacaratu
Vertentes e Verdejante
Serra Talhada, São João
Toritama e Vicência
Vitória de Santo Antão
Dormentes e Moreilândia
Santa Cruz e Trindade
São essas minhas cidades
Tão férteis de poesia
Britânia e Bom jardim
Olinda, Frei Miguelino
Recife, Macaparana
Joaquim Nabuco e Tabira
Primavera, Rio Branco
Solidão, Surubim
Se pudesse tê-la pra mim
Sertânia e São Caetano
Pedaços pernambucanos
Que inspiram poesia
Lagoa do Itaenga
Panelas e Feira Nova
Jaqueira e João Alfredo
Moreno, Paudalho e Pedra
Ipubi e mais algumas
Que eu não lembrei aqui
Cada denominação
Tem melodias tão belas
Pra se fazer poesia
Passando ou morando nelas