Luar
O que eu vi foi um Luar
Momento em que se pôde pensar
Lembrei de Narciso
Quando notei a imagem refletida no mar
Solitária
Dentre a escuridão
Roubando os céus
Como se fosse dona de seu próprio brilho
Oriundo de sua face esburacada
O que a torna mais caracterizada
Insegura
Quando se aproxima do Sol
Não nos concede sua luz
Mas reage de forma contrária
Quando acanha-se atrás do planeta azul
Persistente
Em seu movimento parabólico
Para dar lugar à grande estrela matutina
Que quase nunca a alcança
Mas permite um alvorecer com sua companhia
Quando não se lança à dominação celeste
E por que tanto foges,
Se é ela quem te aquece e deixa alguns seres te admirarem,
Não se importa com teu tamanho e idade,
E te ilumina todas as noites?