A CAVERNA DA ALMA

Tudo aquilo que é muito esperado, não vale o pouco que dura.

A surpresa é o arrebatamento da matéria que vem de fora

Como o mundo conhecido pela experiência do corpo

O que está esperado, já foi vivido anteriormente como acontecimento interno,

antecipado, carregado de energia, que busca o inesperado sentir, como um objeto que não existia, e que passa então a tornar a existir.

Talvez esteja ai o significado do novo,

de não conhecermos o mundo,

de as coisas serem presentes apresentados.

Em quanto somos encontro.

Somos sujeitos que conhecem o desconhecido.

Existe um rio que passa dentro de uma caverna,

esse rio é a alma, que poucos vêem

Essa caverna é o corpo.

Que das rochas trás o coração.

Dos olhos luz.

Do fogo trás palavras.

Que permeiam as águas do esquecimento.

A caverna é lugar de contemplação que tornamos

a ser temor e mistério.

É como se estivéssemos entrando em mundo que somos parte, mas estamos separados.

Não existe tempo quando vivemos acontecimentos internos.

Assemelha-se ao por do sol, que está representado como outro mundo lá fora, que nem se quer saímos da caverna para vê-lo, como um mundo apresentado todos os dias, sem observador sentido.

Havia seres que faziam das cavernas lugares de abrigos, mas não se questionavam se haveria outro mundo, por de trás de pequenas fendas que mostravam o sol, não tinham ainda a idéia que a natureza seria a manifestação do infinito, que de um mundo haveria as portas para outros mundos.

Nunca se quer pensaríamos que ao abrirmos as janelas veríamos um vasto mundo de um esplendor infinito, e nem olhamos ao céu, porque ainda não existia céu, quando a alma humana habitava ainda as cavernas.

Aquele que acredita em um Deus, ou em semi- deuses, heróis e em mundos além da própria alma, esse acredita no impossível existindo no infinito excluido de limites.

Pai, porque há tantos espaços em suas moradas, e não podem ser vistos?

O que esconde a imaginação sobre o conhecimento proibido?

( Poeta das Almas )

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 12/12/2011
Reeditado em 20/09/2016
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