ALMA-DE-GATO
O meu poetar, assim como o meu canto,
pouco tem de fatídico ou agourento.
No momento em que solto o meu pranto
ou tinto minha pena a escrever,revelo,
antes de nada, minha forma de ser.
Chincoã...Crocoió...olha só meus nomes
de batismo.
Nas florestas de versos e verdes,
cismo em voar acima das dores.
Esqueço os infelizes. Busco matizes.
Tento cantar amores,
mas fenix sufoca-me de cinzas.
Tinguaçu...Tincoã...Rabilonga...
apelidos que deram à minha alma-de-poeta.
Sete vidas. Sete prosas. Sete amores. Sete belo.
Se meu gorjeio assusta,
ou a aparente prosa encanta, de fato,
não é nada de corpo de gente.
É pura alma. Alma-de-poeta-gato.