ALMA-DE-GATO

O meu poetar, assim como o meu canto,

pouco tem de fatídico ou agourento.

No momento em que solto o meu pranto

ou tinto minha pena a escrever,revelo,

antes de nada, minha forma de ser.

Chincoã...Crocoió...olha só meus nomes

de batismo.

Nas florestas de versos e verdes,

cismo em voar acima das dores.

Esqueço os infelizes. Busco matizes.

Tento cantar amores,

mas fenix sufoca-me de cinzas.

Tinguaçu...Tincoã...Rabilonga...

apelidos que deram à minha alma-de-poeta.

Sete vidas. Sete prosas. Sete amores. Sete belo.

Se meu gorjeio assusta,

ou a aparente prosa encanta, de fato,

não é nada de corpo de gente.

É pura alma. Alma-de-poeta-gato.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 03/07/2011
Código do texto: T3073237
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