O NATAL NA BERLINDA.

Abobrinha quando nasce,

Esparra as ramas pelo chão;

Guardo meu pai no peito

E minha mãe no coração.

“Criança na TV esperança, isso sim, que é solução. Ligarei e doarei.

Que azar! O sinal fechou e têm algumas delas ali;

Ainda bem que meu vidro é elétrico e fumê;

Havia um vizinho no elevador? Não vi, não sei;

Existe um indigente no viaduto

E um portador de transtorno mental na marquise?

Huumm... Isso não é comigo. Me tire de problemas;

O portador de necessidades especiais está tentando pegar o ônibus?

Coitado! Adoraria ajudar, mas estou com muita pressa;

Crise econômica mundial:

Pânico!!! Não poderei trocar de carro esse ano;

E a parcela de meu apartamento, como ficará?

Meu time vai mal no campeonato; Meu cão não quer comer;

Meu filho apanhou um resfriado;

Meu contracheque veio errado... Mas que droga!

Parece até que não sou filho de deus;

Lixo tóxico-radioativo acumula-se no planeta?

Fome e miséria se proliferam às margens dos Continentes?

Há guerra entre os povos e uma iminente explosão nuclear? Nada a ver!

Somos o pais do samba, do carnaval e do futebol;

Bola pra frente, que atrás vem gente;

25 de dezembro: NATAL!

Hora dos discursos, das falácias e das abólbarazinhas.