Imprudência
Dei meu passo em tua estrada
Fiz estante em teu quarto
Com palavras molduradas
Folha em decomposição
Imprudente foi meu ato
Um pedaço de farrapo
Que ousei por entre veste
E desnudo em teu ardor
Ser relevo em pintura
O detalhe em escultura
Donatello te moldou
E Picasso te amou
Teu vislumbre é só um teste
Meu apego é guarida
Que abriga sol e chuva
Dessa tua despedida
Dei um passo na calçada
E te vi observar
Imprudente, o outro lado
Antes do piso marcar
Sou detalhe em teu entalhe
Fiquei na recordação
Quando desce o teu velado
Flor de enfeite em caixão