Mar vermelho
Corres pelo rio de sangue
Que tolhera minha tenra mocidade
Fazendo eu me mostrar inteira
Ao decantar a poesia do naufrago que atraca.
O futuro sombrio já nem nega,
Nem o melhor da vida espera
Mas ah, se sua indigência fosse honesta!
Se não se visse dominada
Pela vicissitude humana da malícia,
Mas nem ser pobre lhe expurga de tal sina.
Quando a última gota de veneno
o mar vermelho velejar
As divididas águas
Entre as duas bandas de sua vida
Cessarão o escamoteio desta guerra nuclear...
Quisera ser só carne ou só espírito
Sem o híbrido da sonsa falsidade,
Antes o céu ou o inferno
E o destino decidir de imediato.