Poema - O dia em que eu me matei
Poema – O dia em que eu me matei
No dia em que eu me matei
Eu senti os seus dedos enxugando
As minhas lágrimas
Senti a sua voz gritando
Em meus ouvidos surdos
Enquanto ela chorava em prantos
Sobre o meu corpo cheio de sangue
No dia em que eu me matei
Senti o seu amor
Ao olhar nossas fotografias
Escutei a sua voz sussurrando o meu
Nome antes de dormir
No dia em que eu me matei
Perdi a minha mãe para a loucura
E o meu pai pela bebida
Assisti a minha mãe adoecendo
Em uma ala psiquiátrica
Enquanto gritava o meu nome
Meu pai deitado em meio ao vômito
Enquanto a bebida corroìa a sua sanidade
No dia em que eu matei
O Diabo abraçou a minha alma
E juntos dançamos canções
Que fizeram de Cristo uma prostituta
Recitamos Poesias de horror
Enquanto torturávamos cristãos
Em um lago de sangue e tripas
No dia em que eu me matei
Assisti todos que um dia eu amei
Chorando sobre o meu túmulo
A minha amada debruçada sobre
O caixão se perguntando
O porquê eu havia partido
Oh Deus (...)
Por que eu me matei?
Por que eu não contei para eles
Os meus problemas?
Por que eu não pedi um abraço
Em momentos de dor?
Por que eu não me afundei em bebidas
E drogas como um sujeito cansado
Até que a canseira se transformasse
Em sanidade...
Deixo para vocês as Poesias
As boas memórias
Os grandes amores
Estarei no inferno ao lado do Diabo
Dançando ao lado dos mais terríveis demônios
Canções de amor sobre um homem
Que renunciou a sua própria vida
Para viver mais uma vez...
- Gerson De Rodrigues