Canção do tempo e da eternidade

Palavras acústicas e as letras lidas embaralho,

As pálpebras pesam pelo olhar que vinha, inchado

De sono inalterado.

Á neve rendida até que o corpo inteiro estremessa,

Nao há neve, somente o céu, de chuva represada.

Aguardando o fogo e o deserto acompanhante,

A agenda, ao lucro,

Aos móveis e as prateleiras

Quebrando tudo.

Ensaio de peças

E rascunho de poemas

Potenciais restantes na subvida

Dum panorama raramente visitado

Onde orar é condução

Os pés se forçam a andar,

E alma em arrastão.

Montanha e depressão

Cooperantes ou confundidas

Donde a procissão dos lírios arrancados

Sem mais nem menos

Ganharam asas.

Notas de sua essência tendem a transmutar o forte odor

Do pranto da morte

Qual o amor, forte.

Verse estéril num instabrendo

Nada mais pode fazer

Pela pessoa amada.

Nas mãos da Virgem sobe o lírio,

O anjo a enfeitar o altar.

Aqui apenas o canto

Que o tempo e a eternidade compuseram

Amor é dor.

Lirianna
Enviado por Lirianna em 02/12/2021
Código do texto: T7398538
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