Canção do tempo e da eternidade
Palavras acústicas e as letras lidas embaralho,
As pálpebras pesam pelo olhar que vinha, inchado
De sono inalterado.
Á neve rendida até que o corpo inteiro estremessa,
Nao há neve, somente o céu, de chuva represada.
Aguardando o fogo e o deserto acompanhante,
A agenda, ao lucro,
Aos móveis e as prateleiras
Quebrando tudo.
Ensaio de peças
E rascunho de poemas
Potenciais restantes na subvida
Dum panorama raramente visitado
Onde orar é condução
Os pés se forçam a andar,
E alma em arrastão.
Montanha e depressão
Cooperantes ou confundidas
Donde a procissão dos lírios arrancados
Sem mais nem menos
Ganharam asas.
Notas de sua essência tendem a transmutar o forte odor
Do pranto da morte
Qual o amor, forte.
Verse estéril num instabrendo
Nada mais pode fazer
Pela pessoa amada.
Nas mãos da Virgem sobe o lírio,
O anjo a enfeitar o altar.
Aqui apenas o canto
Que o tempo e a eternidade compuseram
Amor é dor.