A MORTE QUER ABRAÇAR

A MORTE QUER ABRAÇAR

Meu tempo eu não compreendo,
E sobre ele nem devo pensar,
Porque mesmo estando vendo,
Meus olhos irão se fechar.

E o tempo não me compreende,
Porque ele nem vai pensar,
Se é certo o que ele nem sente,
Se eu penso ser nuvem ou mar.

Só a chuva é que não se rende,
Pois vem e volta a molhar,
Mostrando que a vida depende,
Dos vivos e mortos que há.

E assim, fico só num repente,
Vendo a morte querer abraçar,
E saber que um dia ela vence,
Mesmo que eu lute e viva a sonhar.