Poema – Caos e Surto part 2
Poema – Caos e Surto part 2
‘’ Para conhecer o amor
É preciso ter coragem de rasgar
O próprio peito com as unhas
Da cólera e da descrença
Nasceu um homem tão podre
Que o seu corpo foi condenado a viver sem alma’’
Foram duas prostitutas e alguns copos de Whisky
A cocaina espalhada pelo seus seios falsos
Gritos e gemidos que encantavam o próprio Diabo
E faziam da mãe de cristo uma víbora em meio as vadias
Sua buceta menstruada misturada com o seu gozo
Escorriam pela minha boca
Os seus pés sujos e delicados tocando os meus lábios
E a musica tão alta
Que nos ensurdecia os ouvidos;
Vivi uma vida de miséria e angustias
Alimentando o Diabo que vive em meu peito
Com dores e lamentações que não desejaríamos ao Deuses
Do amor vivi somente os Pecados
E as Orgias
Os gemidos e arranhões
Bucetas espalhando o seu gozo
Nos céus da minha boca
Pan
Era o meu segundo nome
Na solidão criei vínculos com a minha própria sombra
Fiz do nada Poesias caóticas que fariam do mais árduo Niilista
Um filósofo de mentira
Na Filosofia encontrei meios
De domar os monstros que viviam tímidos na minha mente
Mas somente na Poesia eu dei a vida
Que estas criaturas hostis mereciam
Não há neste mundo um único suicida
Que não queira ser eu
Não há uma única verdade
Dita nestes versos
Que outros suicidas antes de mim
Já não o tenham dito
Afinal, o que é um Suicida?
Senão um Filósofo que não conseguiu escrever
Ou um Poeta que não conseguiu compor
Recluso em um ninho de ratos
Na reclusão das minhas ilusões
Sou como a maçã podre em campos líricos
Abandonado entre os vermes e as cinzas
Caos e surto
Como uma alegoria para a morte
Que se estende até os rincões do universo
E morre nos versos de um Poema
Sou a maldição das estrelas
Ofuscada pela escuridão dos meus olhos...
- Gerson De Rodrigues