MORREM SOZINHAS

Forte sede

Não há como saciar

Apenas entubar…

Forte cheiro

Não há como assear

Apenas enterrar

Elas morrem sozinhas

Sozinhas!

Sozinhas!

Sozinhas!

Não há o que fazer

É difícil ver

Elas morrerem sozinhas

Sozinhas!

Não há leitos

Na hora da morte

Não há sossego

Falta ar

Não há como respirar

Apenas expirar

Elas morrem sozinhas!

Sozinhas!

Sozinhas!

Inspirado num depoimento de uma enfermeira do hospital 28 de Agosto em Manaus, sobre o colapso em que o hospital vive.

Jonathas Oliveira
Enviado por Jonathas Oliveira em 06/01/2021
Reeditado em 09/03/2021
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