MORREM SOZINHAS
Forte sede
Não há como saciar
Apenas entubar…
Forte cheiro
Não há como assear
Apenas enterrar
Elas morrem sozinhas
Sozinhas!
Sozinhas!
Sozinhas!
Não há o que fazer
É difícil ver
Elas morrerem sozinhas
Sozinhas!
Não há leitos
Na hora da morte
Não há sossego
Falta ar
Não há como respirar
Apenas expirar
Elas morrem sozinhas!
Sozinhas!
Sozinhas!
Inspirado num depoimento de uma enfermeira do hospital 28 de Agosto em Manaus, sobre o colapso em que o hospital vive.