Poema – 25
Poema – 25
‘’ Transbordei amores
Na mesma noite em que os Poetas
Foram crucificados por amar’’
Todos os meus heróis cometeram suicídio
e daqueles que ainda vivem
o anseiam constantemente
E por que deveríamos culpá-los?
se a loucura em suas Músicas ou Poesias
é a corda que nos mantém em equilíbrio com a sanidade
Vivenciei os nove infernos de Dante
para que no purgatório eu encontrasse a mim mesmo
enforcado com um sorriso no rosto
de uma vida que eu amei viver até o ultimo segundo
Me pergunto todas as noites
se estes fossem os meus últimos segundos
eu sorriria diante da grande tragédia
que se alastra pelo mundo?
Ou chorarias tentando mudar
cada um dos meus passos?
No apogeu dos meus vinte e cinco anos
há certamente conquistas das quais eu deveria me orgulhar
Mas destas conquistas
quantas delas não foram mascaradas
por uma falsa ilusão de vitória?
Oh vida...
se soubestes o quão ingrato eu sou
Por tê-la em minhas mãos e deixa-la partir
Em vinte e cinco anos de vida
sinto como se nunca estivesse vivido
Mas do pouco que vivi
fiz da liberdade a minha própria musa
Hoje
desconheço os meus próprios sonhos
Estes sonhos são de um homem
que morreu há muito tempo?
Ou são as minhas próprias vontades?
contidas no homem que desejo me tornar
Cobain deixou as chamas o pegarem
mesmo tendo Frances em seus braços;
Os suicidas são sempre atormentados
por uma constante busca
uma constante alto realização
Há sempre um objetivo
um sonho, um amor
algo que precisamos tocar com as nossas mãos frias
para sentir o calor da vida
Mas todas as vezes que tocamos
que finalmente sentimos a vida
o medo e a percepção do nada
volta a nos assombrar
Como Sísifo que sobe a montanha
ou o homem cego que elogia as estrelas
Podemos enganar nossas esperanças
mas jamais os nossos corações;
Muitas vezes me pergunto
seria o suicídio
a única forma de preencher este vazio?
Ou o suicídio foi a primeira muleta
da qual eu me apoiei?
Há um buraco na minha alma
por onde se esvaem todas as boas recordações
Os meus momentos de felicidade
são falsos e passageiros
e todos eles transformam-se em lágrimas...
- Gerson De Rodrigues