ELEGIA DO FIM II

Isto ainda não é a paz,

Apenas o silêncio da vida!

Ficamos assim...

Só com o amanhã sem existir.

Os olhos saltando das órbitas,

Vendo o longe em meio

As sombras da estrada sem sol.

Flashback de imagens perdidas

Vistas as pressas e jorrando tempo.

A dor coagulou os receios,

Corpo que balança ao vento

Um pêndulo indiferente

Sem compromisso com as horas,

A partida calma e serena.

Ciclo que se cumpre:

É tempo de retornar ao tempo,

Passado e presente nada mais fala.

Silêncio no vácuo é o que se ouve,

Todos os ruídos acumulam-se

No ser, para depois gritar

Pela boca do sangue.

Que tempo foi esse,

Deixado às tarefas humanas,

Pelo inevitável libertador?

Que os filhos do amanhã,

Alcancem as estrelas almejadas

Em tantos céus impossíveis,

E desconheçam todas as lágrimas.

(...partir mesmo querendo ficar.)

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 06/06/2020
Reeditado em 21/07/2020
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