PRISIONEIRO DO LUTO

PRISIONEIRO DO LUTO

Todos os dias são reinício,
E também são sepulcros do fim,
Pois nem tudo é puro osso,
Se meu estilo é o marfim.

Mas se cobram um ofício,
Me vejo um estrangeiro assim,
Prisioneiro do meu medo,
Que quase nunca tem fim.

E nessa minha jornada,
Vejo as pessoas nascer,
Enquanto outras perecem,
Temendo o alvorecer.

Vejo o Sol e a Lua,
Ir e vir na invernada,
Percorrendo os jardins,
Onde rompo as estradas.

Mesmo que lá eu só colha,
Flores para meu sepulcro,
Pois sou prisioneiro em luto,
Nos dias do meu fim.

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