A MORTE É SUPRAPARTIDÁRIA

A MORTE É SUPRAPARTIDÁRIA

Não adianta os agitos,
E agonia no falar,
Não adianta faniquitos,
Se o mundo quer parar.

Não adianta terraplanismo,
Se o gelo está a escoar,
Frente ao desmantelo,
Das fornalhas a carburar.

E só olhamos agora,
Vendo o céu clarear,
Quando o pulmão já melhora,
Sem fumaça a respirar.

Não adianta ter carro,
Sem ter forças pra lutar,
Se meu pulmão é catarro,
Frente ao vírus que aí está.

Mas clamo que a malária,
Mata mais que um mal estar,
Sem enxergar que a morte,
É suprapartidária no findar.

Então, amigos, percebam,
Os mistérios do frio luar,
Que não nos fala impropérios,
Mas diz que o Sol ainda virá.

Depois que a tempestade,
Lavar tudo ou nos matar,
Ceifando a tosca humanidade,
E o nosso orgulho sem amar.

Nos cobrando um novo caminho,
Por onde iremos trilhar,
Que nos exige a verdade,
De tanto a mentira perdurar.