Poema – Niilismo
Poema – Niilismo
- Não ouviram os boatos?
Os Niilistas estão todos mortos!
Homens apaixonados os enforcaram
Em uma sexta feira de núpcias
Como uma oferenda as suas amadas esposas
Os Niilistas gritavam com orgulho
Em suas vozes
Que não havia valor em suas vidas
Então o Diabo
Primeiro carregou as suas mães
E as torturou no inferno
Então os Niilistas gritaram mais um vez
Dizendo que a morte não os assustava
Deus enfurecido
Amaldiçoou os seus filhos
Com um câncer que corroeu suas almas
Então os Niilistas escreveram livros
Dizendo que os Deuses estavam mortos
Mas a morte gargalhou das suas falácias
Carregando em sua carruagem podre
Cada um dos seus versos
Não satisfeita
Ela matou também os seus amigos
E cada uma das suas convicções
Até que os Niilistas caíssem de joelhos
E o nada que tanto almejaram
Foi entregue em seus braços
Não satisfeitos
Os Filósofos zombaram das suas ideias
E declararam guerra aos Niilistas
Os novos Poetas
Filhos de Lúcifer com Afrodite
Declarou uma caça às bruxas
Então todos aqueles que tinham
Algo a perder em suas vidas
Marchavam pelas ruas
Em busca de um Niilista para enforcar
Homens e mulheres gargalhavam
Sobre as suas misérias
A morte irônica
Os visitava sempre
No momento final de suas vidas
- Almejaram tanto a minha presença
Mas agora que os visito
Clamam em fervor aos Deuses?
E os Deuses ao escutá-los
Ardendo em meio as chamas do inferno
Gargalhavam em sadismo e loucura
Porque aqueles que se declaravam os filhos do nada
Eram obrigados a assistir aqueles que amaram em vida
Sendo torturados diante dos seus olhos
Os Niilistas foram todos extintos...
Há alguns poucos em sua juventude
Escondidos em esgotos
Estes que tentam justificar por todos os meios
As suas loucuras
Mas quantos destes?
Sairão dos Bueiros
Para enfrentar a fúria dos Deuses
- Gerson De Rodrigues