Poema – Insônia part 3
Poema – Insônia part 3
Pulsos dilacerados
Banhados em sangue
Sonhos infantis
Cobertos de luxúria
Cheiro de morte espalhado pelo ar
Pássaros caindo dos céus
A insônia veio me visitar
E com os meus olhos eu enxergo o mundo
Oito horas da manhã
Mais uma xícara de café quente
Rasgando a minha garganta
Caminhando pela casa
Com a mesma paixão que cristo
Carregou a cruz nas suas costas
Exausto
Completamente exausto!
Nos devaneios de um inquietante silencio
A minha mente flerta com ideias suicidas
Que se reveladas
Trariam mais miséria ao mundo
E destas misérias
Nasceriam novos Deuses
Que morreriam por cada um de nós
Por fora sou um homem apático
Frio como se nunca pensasse em nada
Calado como um homem mudo que vendeu sua alma ao diabo
Já em meu peito
A minha alma chora em silencio
O que é o suicídio
Para quem nunca viveu?
Naquele quarto sozinho
Lágrimas escorrem pelo meu rosto
E eu não consigo dizer uma única só palavra
Das minhas janelas
Uma criança me encara
Estaticamente com ódio em seus olhos
Me culpando pelos dias
Que a obriguei viver
E não me enforquei quando tive a oportunidade
Carente
Como uma criança
Com uma corrente em seus pés
Um solitário
Desprezando a solidão
Um amante do nada
O filho do tudo
Inimigo de todas as coisas
Fecho as janelas
Porque a luz do sol me impede de dormir
Mas o escuro
Me causa alucinações
Volto para cama
Aonde eu afogo todos os meus sentimentos
Compartilhando com o nada as minhas dores
E sem que eu perceba
Adoeço todos os dias
Com a maldição de viver;
‘’ Borboletas nascentes em juízo Poético
Como a morte dançante em sinfonia com o sátiros
Deuses mortos, orgias e maldições
Há uma criança morta em cada um de nós
Mas quantos de nós já a permitiram viver?’’
Eu deveria ser forte
Como um arcanjo do inferno
Mas eu sou fraco
Como um cúpido ferido em batalha
Levanto da cama e amarro um lençol
Na parte mais alta do quarto
E encaro a mim mesmo
Enforcado e sorrindo
Sem uma única lágrima no rosto...
- Gerson De Rodrigues