Poema - O Equinócio

Poema - O Equinócio

‘’ Enforquem os Poetas

E crucifiquem os Filósofos

Há um homem gritando em meio as ruas

E ele alega ser Cristo

E tudo que ele pede em troca

É que vocês matem seus próprios filhos’’

Se aproximem um de cada vez

Não tenham medo

Fiquem de joelhos

E me peçam qualquer milagre

- Eu suplico para que o Senhor

Remova de mim estas angustias

E toda essa dor que me consome

Não perceberam ainda que eu criei a dor

Para que os homens se suicidassem

E viessem me encontrar?

Abençoados são os Suicidas

Que encontraram na vida

O seu real sentido!

Aqueles que veem até mim

Em busca de bênçãos

São como ovelhas prontas ao abate

Curvam-se a qualquer imundice

Que julga-se santo ou divino!

- Os Anarquistas estão queimando

A suas igrejas!

- E os jovens que antes viviam presos

Em seus quartos

Agora estão lavando as ruas de sangue!

As ovelhas negras

Finalmente tornaram-se bodes!

Mergulhem em seu próprio abismo

Sintam o desespero

Preenchendo o seu coração

Coloquem cordas em seus pescoços

E pulem das suas cadeiras!

Matem a dor

Que te mata todos os dias

E ao menos por um única noite

Vivam e dance com o Diabo!

Há um jovem nesse momento

Chorando em silencio na escuridão

Vítima da sua depressão

Mas ele escutou a risada dos sátiros

E a canção das bruxas

Por uma única noite

Ele se libertou do Abismo

Para festejar ao lado da vida

O seu próprio sacrifício!

Alguns tolos me chamam de Cristo!

Outros me chamam de Diabo!

Mas eu fui criado por Sátiros e Bruxas

No coração daqueles que perderam suas vidas

Por doenças que afetam suas mentes

E corroem suas almas

Eu sou a visão dos cegos

E a canção dos surdos

A vontade de sobreviver que grita

Desesperadamente nos ouvidos daqueles

Que possuem cordas em seus pescoços!

Olhem para dentro de si mesmo!

E descobrirão o meu verdadeiro nome

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 09/12/2019
Código do texto: T6815132
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