Poema – Liberdade XCIII

Poema – Liberdade XCIII

‘’Da orgia dos deuses

nasceram os suicidas

Mas o que seriam os

deuses? Senão cinzas

de uma fênix já esquecida ‘’

Acreditei no amor

de um anjo caído

E como um verme cinzento

que rasteja nas feridas

imundas de cristo

ele me apunhalou pelas costas

Mas o diabo gargalhou

e dançou ao meu lado

Me estendendo as mãos

para que eu pudesse viver mais um dia

A depressão me sondava

pelas beiradas escuras da casa

E todas as vezes

que o diabo dormia

Ela vinha para me atormentar,

gritei e chorei em desespero

mas nenhum deus podia me ouvir (...)

A ansiedade proclamava maldições

que nem mesmo judas ousaria dizer;

Caído de joelhos

com antidepressivos nas mãos

me lancei ao abismo em uma

overdose de insanidade

Caminhei pelas mesmas ruas que cristo

quando carregava a cruz dos homens

E o encontrei enforcado

em uma árvore de mentiras

com um bilhete em seus pés

- Dance comigo

e eu te darei forças para continuar

- Acredite na besta que vive

dentro dos homens

e desperte em você a luz da estrela da manhã

Levantei-me

afogando com meu próprio sangue

E proclamei

o meu grito de liberdade

- Do amor!

eu quero apenas as orgias!

- Dos deuses

eu quero apenas a corrupção

dos homens

A depressão surda

se esgueirou nos meus sonhos

mais imundos

Enquanto eu proclamava

em frente ao espelho da vida

a minha vontade de viver

E sem que eu percebesse

ela colocou uma corda em meu pescoço...

Sinto o meu corpo debatendo-se

em uma profunda agonia

Morrerei hoje!

Mas direi para cristo

que os seus filhos não honraram o seu suicídio

Hoje!

morrerei por mim mesmo!

Quando os porcos grunhirem

e os lobos uivarem

Serei livre da vida!

que me condenaram a viver

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 06/10/2019
Código do texto: T6762250
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