RÉQUIEM
Desfolham-se pétalas aromáticas
Na estação outonal que, palidamente,
Vai chegando ao fim.
No crepúsculo do entardecer,
O sol parece acariciar a terra
Com um quê de melancólica despedida.
A natureza perpetua a história,
E a voz de Deus vibra num som poético
Que se dobra em contrição.
Aproxima-se o anoitecer!
Descerra-se a cortina do Universo
Embalando paixões e inebriando
Sensíveis corações.
Vem, sorrateira, a alta madrugada.
De repente, tudo se torna um
Silêncio sepulcral e profundo...
Tomba o corpo de quem escrevia
Suas últimas palavras líricas.
Ajoelham-se os anjos...
Morre um poeta!