Poema - Esquizofrenias & Metáforas
Poema - Esquizofrenias & Metáforas
Se as estrelas fossem
capazes de escrever poesias
escreveriam sobre a morte do universo
não há nada mais poético
do que a arte de morrer
Se os deuses descessem dos céus
e me oferecessem uma nova vida
eu a aceitaria!
só pelo prazer de me enforcar
nos cordões umbilicais
e apodrecer nas entranhas
da minha própria mãe
Achas que eu sou louco?
me consideras insano?
Não tentem compreender os meus poemas
se não consegues ouvir as vozes em sua mente
Os Filósofos e os Poetas
são como os Deuses e os Diabos
eles podem elevar os homens aos céus,
ou submetê-los a vermes insignificantes
Sinto o vírus da vida corroer as minhas entranhas
desde as auroras do meu nascimento
Eu sou um homem falho
um anjo caído que não foi capaz amar
Fazem dias que eu não consigo dormir
nos devaneios da minha mente insana
mato-me todas as noites
para suportar a dor
A Filosofia e a insônia
são como a noite e as estrelas
lábios que nos beijam e nos levam a loucura
É Por isso que as mentes mais insanas
compartilham com a noite
o desejo da morte que apenas as estrelas podem compreender
Em uma destas noites frias
uma sinfonia terrível rasgou os céus
anjos e demônios caíram sem as suas asas
crianças choravam e gritavam
- Deus! Deus!
gritavam os fiéis
Aquela silenciosa e melancólica noite
havia se tornado um terrível pesadelo
A Morte e o Diabo
invadiram o meu quarto com o seu cavalo de fogo
beijaram-se sobre a minha cama
enquanto gargalhavam sobre as minhas descrenças
Acreditei fielmente que a morte iria
me poupar deste inferno
lancei-me aos seus pés de joelhos
Gritando como um homem louco!
- Joguem-me em uma vala qualquer!
me enterrem vivo!
mesmo que eu grite por misericórdia
ou arranque as minhas próprias tripas em desespero
matem-me sem nenhum perdão
Ela sorriu de tal maneira
e com uma voz cruel gritou em meus ouvidos
- Se queres morrer
Viva intensamente!
Viva até que os vermes tenham pena da sua carcaça
viva até que os deuses desçam dos céus em suas carruagens
e implorem a ti pelo suicídio final
- Gerson De Rodrigues