Poema - Gênesis 4:11-12
Poema - Gênesis 4:11-12
Me coloquem em uma camisa de força
e me tranquem nos cárceres privados
da minha própria mente
Dancem como macacos
enquanto os deuses mutilam seus próprios filhos
Matem uns aos outros
em nome de ideologias que os condenam
Agora apontem os seus dedos para mim e gritem
- Prendam-no em camisas de força
este homem que não merece o amor dos deuses
E quem os merece?
Ah...
se ousaste a pensar sobre os deuses
não falarias em nome do amor
Que tipo de pai deixaria os seus filhos
rastejando entre ratos e baratas
tendo a morte como a sua última esperança?
E não me venham gritar em meus ouvidos surdos
- Tu não conheces os deuses!
Matei o meu próprio irmão
para provocar a ira de Deus
Dancei com Cristo músicas de amor e luxuria
deitei-me com os Anjos ao lado de Maria
quando Deus concebeu a ela o símbolo da mentira
Caminhei pelo inferno com os pés descalços
e durante milênios eu não sabia o meu próprio nome
Eu vi Sócrates chorar em seus momentos de duvida
incentivei Pilatos a matar o traste na cruz!
E mesmo após me banhar em pecados e luxuria
Deus havia me perdoado
castigando-me com a vida que eu nunca almejei
Quantas vezes você não olhou no espelho
e clamou de joelhos para que a morte
não o salvaste deste tormento?
Quantas vezes você não sentiu tanta dor
que o desejo de morrer
era o único sentimento puro em seu coração?
E ao caminhar pela rua
sentia não pertencer a essa espécie
Buscou em mil livros a resposta para as suas angustia
e ainda assim
chorou em silencio sem que alguém pudesse compreende-lo
Sinto-me assim todos os dias!
o meu nome é Caim!
e a minha maldição é viver!
Clamo a ti
Oh Deus
Me coloque em uma camisa de força
E me tranque nos cárceres privados
Da minha própria mente !
Pois não há nenhum homem neste mundo
capaz de cessar as minhas dores
- Gerson De Rodrigues