Poema - Isaías 13:9
Poema - Isaías 13:9
Enforquem-se uns aos outros,
gritem por misericórdia
enquanto mutilam seus próprios filhos
Os deuses voltaram!
e clamam sangue aos homens!
Ah, se ouvistes as vozes que gritam em minha mente
se sentistes as dores que ferem a minha alma
não me chamarias de louco
tampouco me apontariam seus dedos sujos
Vocês nunca vão compreender a minha loucura
eu cometo inúmeros suicídios para suportá-la
e todas as vezes em que eu morro
torno-me insano!
Não escutas os lobos uivarem o seu nome?
não veem os vermes alimentando-se de suas crianças?
De que te serves a sanidade
se não enxergas o mundo?
Talvez, matando-se, o conheças finalmente
então matem-se!
é preciso morrer para se enxergar a verdade
Sinto-me solitário mesmo que em companhia
e em meu coração existe um vazio
que eu não consigo explicar
Me lançarei de joelhos sobre os vossos pés
gritarei como almas torturadas no inferno;
- Matem-me! Eu suplico!
Essa doença que vive em meu peito
me impede até mesmo de morrer
almejo a morte todos os dias
nem mesmo consigo apertar o gatilho
ainda que eu odeie a vida
parte de mim sonha em viver...
E que diferença faríamos se estivéssemos todos mortos?
se os nossos corpos balançassem dependurados em arvores
com cordas em nosso pescoço?
Para o universo não somos nem mesmo parasitas
nossos deuses não passam de devaneios de uma mente insana
Se os deuses existissem
ao olhar por suas janelas celestiais
e perceberem o que nos tornamos
desceriam dos céus em cavalos de fogo
e cortariam nossas cabeças
Não há nada mais podre e covarde do que a vida humana
fúteis criaturas a vagar sobre a terra
Matem os homens!
para que os animais possam viver!
Até a mais cruel das feras
é superior ao homem mais elevado
que já pisou sobre a face deste planeta
Então cantem
Isso!
Cantem e dancem ao meu lado!
Oh, não estão escutando?
Sim!
Sim!
São elas!
as trombetas do apocalipse!
os anjos do inferno vieram cantar
sobre as lágrimas do meu ultimo suicídio
- Gerson De Rodrigues