A Poesia das alma tristes
A Poesia das alma tristes
Oh noite
iluminai-me com as estrelas
para que a solidão que vive em meu peito
possa ao menos uma vez,
sorrir diante da escuridão
Sofrimento...
pudera eu não senti-lo em demasia?
sinto-o dilacerar minha alma,
e sufocar-me os pulmões
sinto-me a besta do meu próprio apocalipse
Olho nos espelhos
e vejo a caricatura de um homem triste
cujo os olhos inchados de tanto chorar
representam tudo que há de pior no mundo
Ah tanta dor em mim,
que me surpreendem as forças que ainda possuo para escrever
eu deveria me enforcar nas minhas próprias tripas
para que o sangue que jorrar do meu corpo
abençoe a vida daqueles que ainda sentem vontade de viver
Eu caminho sozinho por toda a casa,
e encontro despojos podres do que eu fui um dia
a muito tempo atrás eu já fui feliz
já vi nas estrelas a esperança para um novo amanhã
já tive em mim todos os sonhos do mundo
já almejei que a vida me afasta-se da morte
Mas hoje eu choro,
pois não há mais motivos para viver
e não me refiro a poesias baratas
motivações filosóficas
ou utopias niilistas
existe em mim uma doença podre
aonde a cura só existe na ausência do amanhã
Caminho pela rua solitário
olhando assustado para todos os lados
sinto-me um animal em meio a estas criaturas
O que há de errado em mim?
por que em meu peito a tanta tristeza
e tanta dor
capazes de fazer de mim um homem maldito sobre a terra
Talvez eu seja mesmo um filho bastardo de Cristo
jogado ao lado de Lúcifer para vagar na terra
rejeitado pelo diabo e banido do inferno
aprisionado na minha própria mente
escravo das minhas paranoias
e o deus sobre o reino das descrenças
Eu irei afogar as trevas que vivem em mim
irei batiza-la com meu sangue sagrado
irei crucificá-la na cruz ígnea de mim mesmo
e quando todo o sangue preencher o meu pulmão
e meu corpo debater-se sobre os pés sujos de cristo
direi a ele as minhas ultimas palavras;
- Sobre o tumulo dos homens, serei a poesia das almas tristes