Uma fria chuva de inverno...
Quando a morte beijar a vida pela última vez
Como uma fria chuva de inverno
Ou o último suspiro de um homem
Ao debater-se dependurado em uma corda
O Universo derramará suas últimas lágrimas de solidão...
A Morte deixará esse universo sem o triste despojo da carne
Ou o lamentar dos cegos e a esperança dos tolos
Quando a morte beijar a última estrela
Na penumbra da noite apodrecerão também
Os últimos deuses e as últimas canções
Banhada de lágrimas a solidão irá cavalgar
Em seu cavalo negro pelo vale do nada
E até mesmo o universo irá clamar
Em desespero com medo da morte
Morreremos sem deixar porventura uma única alma errante...
Quando a morte selar o contrato com o tempo
E a vida dobrar os seus joelhos
A Esperança que um dia brilhou
Nos olhos de pequenos indivíduos
Que admiravam o céu noturno
Em um passado longínquo
Desaparecerá para sempre
Morreremos sem deixar um único suspiro, uma única sombra...
A lembrança da vida irá se apagar
Com a última estrela a brilhar na escuridão
E os diabos vão chorar abraçados aos deuses
Enquanto o seu reino perece
Na fria epiderme da morte
Morreremos tão completamente
Que o Niilismo irá se tornar a última verdade...
A Única verdade a caminhar pelo vazio
Ao lado da morte como a sua doce amante
Até que um dia a morte ao ler em seu diário
Sobre a sua antiga companheira chamada vida
Chorará lágrimas de sangue degolando-se com a sua própria foice
Morreremos tão completamente
Que o próprio universo deixará de existir..
E a completa ausência da matéria
Tomara conta deste infinito vazio
E o vazio finalmente poderá sorrir para a solidão
beijando-a como uma fria chuva de inverno....