Filme a dois

Hoje eu fiz uma adaptação de mim mesmo

Onde se via apenas um trecho

Ligeiramente sensivel aos teus olhos

Lançando ao ar frases esparsas

Ying-yang equilibrava a caneta

Who are you?, a música gritava...

Onde estavam meus ouvidos?

Outras vozes me atormentavam

Desse roteiro, quero o final

É um estranho passo em direção ao abismo

Um rio de pesadelos infinitos

Maravilhosamente estáticos, esperando um sopro

Pergunto se ainda sou real

Ainda íntegro,ainda em mim,ainda sob um desespero real

Rumo onde portas questionam minha insistencia

As minhas perguntas feitas e respondidas por mim

Lidas, por alguem sentado ao meio-fio

Em meio a dúvidas e certezas ,absorto

Lanço adagas onde o céu não enxerga

Esqueço por um segundo que não sangro, nem percebo as feridas

Piso em falso, caio e sobre o chão, algo me divide

Intensamente marcado,provoco uma breve solidão

Planejo uma fuga, pesadelos são opcionais agora

E embora esteja cego, visões me atormentam

Diante dessa sarjeta funebre e solida

Os gritos cegam meu último ressoar de adeus.

Zózimo São Paulo
Enviado por Zózimo São Paulo em 01/05/2008
Código do texto: T970884
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