TUMULO DA SOLIDÃO
Acordei longe de mim hoje, e me escondi
Fixei meu olhar nas portas, pelas quais engoliram as chaves
Busquei forçar meu olhar e transcender a madeira tosca daquela unica porta
Onde ficou as visceras da minha triste aventura, penduradas naquela maçaneta prateada
Amendrontado, correu o medo em alta velocidade pelo meu corpo
E aquele frio que desce a nuca me fez voltar e engolir novamente aquela chave
Meu par de botas sem sola, minha roupa rasgada e minha alma em retalhos
Perdi o meu escudo e a minha poção magica acabou, preciso ter medo?
Cada porta apodrece as visceras das magoas causadas ao meu bobo coração
Preciso abrir uma a uma, e deixar que os loucos as possuam, sintam o cheiro incomodo
Nessas horas, preciso beber altas doses de merthiolate, para tentar cicatrizar cada ferida
Enquanto você não aparece, preciso me esconder
E viver cada centimetro nesse escuro, como num mar de peixes-lobos
Preciso acordar e correr em direção contraria dessas portas
Preciso entregar a ultima chave que me levara a porta
Aonde mora a vida e o tumulo da solidão...