Devolve a minha rosa!

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A rosa espetou fundo,

Podia espetar o mundo,

Os olhos do beija-flôr,

Os dedos de algum amor,

Mas espetou fundo

Minha consciência,

Meus sentidos.

Cravou o meu umbigo

E onde antes dizia

AMIGO,

Como borracha apagou.

A rosa era vermelha,

Agora sangrou amarela,

Um choro de rosa,

Um resto de prosa

E deixou só saudade.

Porque a rosa, na verdade,

Era só minha vontade,

De te fazer amor,

Não amor de carne,

Mas amor de amigo,

Num lençol doído,

Que o desgosto manchou.

Furacão maldito!

Levou meu amigo, meu guizo, meu riso e me deixou só.