Do que desejar chamar
"Que chamem de esperança, desilusão, paz, conflito interior...
Chame como quiser.
Eu chamo de meu."
Que bagunça aqui dentro!
Há algo incendiando,
Algo me corrompendo,
Para algo que eu era só para mim!
Há um porque,
Dois, Três, Quatro...
Todos!
Mas nenhum é só meu!
E nenhum me convence por completo!
Não me diga,
Desisti de tentar entender tudo.
Só sei que não sei,
nada mais...
Não sei nem o que não sei,
Só sei que não o sei!
Que mal faço eu em não querer saber?
Já cansei de entender
e desaprender estou aprendendo a fazer!
Não me desiludi
E é por não querer desiludir
Que pretendo esquecer
E mais que fingir esquecer,
Simplesmente não mais entender!
Olhe só!
O que é?
Só sei que está ali...
Chamarei de cadeira e nela sentarei!
Que mania! Que mania!
Tudo que me contagia
E irradia essa vontade
Essa mania de fazer por querer
E sem querer.
Essa mania de encontrar
Traços meus em rostos alheios
E de imitar porque imito o que imita
Que está exatamente imitando o outro que imita o outro a imitar!
Que mal faz?
A partir do momento
Que faço eu,
Estou eu
Tomando o seu ou o dele
Como meu.
Quem não faz?
"Quais são as palavras que nunca são ditas?"
O engraçado está aqui
E em todo lugar!
Talvez na forma
Como a minha mãe
Sempre chegou a falar
a mim escrevendo!
Qual mal faço eu sendo assim? E querendo assim?
Se assim me sinto eu,
Como pode você dizer
Não estou eu sendo eu
Se é você, você
E se sou eu eu?!
Que diferença faço eu
Num mundo em que todos
Querem fazer diferença?
E nunca houve diferença nenhuma
Quando tudo que é diferente
É exatamente igual
Aos que são totalmente diferentes?
Seria mesmo a questão de fazer diferença
A questão a ser sempre tão discutida
Assim como todos aqueles
Que dizem fazer diferente
Igualmente discutem?!
O mundo não pára de girar!
Nada é igual,
Nada é nem será normal,
Nada é nada.
Tudo é tudo.
Mas que será o tudo e o nada?
O mundo é só mundo.
E gira, pelo o que penso pensar que sei.
Tudo é igual, por ele sempre girar.
E nada é igual, por ele "somente" girar.
Disse antes, e repito sempre.
Vou me contradizer,
Nada que falo será certo para você,
E tudo aqui se encaixa em perfeita harmonia!
Com a perfeição que sei e acredito,
Que acredito do meu jeito, ter.
Simplesmente.
Que sou tão perfeita,
Que sou tão incompleta,
Que me indago sempre,
Que não paro quando pareço parar,
Que penso não pensar,
Que sinto meu não sentir!
Serei sempre assim,
Sempre eu!
Estando ou não assim
sei que sou, porque não sei.
E preciso do não saber
Para enfim acreditar saber!
OU será o contrário de tudo?
Doente. Viciada. Dependente. Traumatizada.
Tão erronia, incompleta e perfeita quanto qualquer outro.