Sobras
O que te sobra
Das sevícias do
Dia comum
Como as migalhas de
Uma vida?
Sobre o parapeito
Debruçado para um
Vazio, o olhar foge
E com move os forasteiros
Rastilhos de desesperança.
Assopra os restos ressentidos
Do sorriso não dado e da
Biografia medíocre que o
Hábito transforma em
Melancolia.
Roto o rosto que se afigura
Em cara vestida de gente e
Pessoa feito objeto sem
Humanidade.
Sombra do maltrapilho
Corpo, esgueirando-se
Nas frestas das festas que
Os vermes hão de se refestelar.