Verborragia

Verte o verso ao avesso,

Nas entranhas estranhas

Da carne muda que faz o

Verbo sangrar.

Solta a sílaba em soluços

Sufocantes que entornam

A saliva viscosa da língua

Limítrofe que engole-se em pasto.

Ósculo simulado sopra

A agonia do cotidiano

Pelas vísceras expostas

Em vistas decompostas.

Canibaliza o corpo que

A linguagem informa

Em formas quiméricas

De um sono de Goya.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 21/12/2024
Reeditado em 21/12/2024
Código do texto: T8224227
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