Insanidade

Dentro do sorriso

Rasgado, a língua

Se contorce feito

Verme em carne podre.

As palavras são como moscas

Se refestelando no banquete

De morte, zumbindo a risada

Transbordante dos lábios assassinos.

Engasga com o sangue grosso

Em um mar de vísceras espumantes,

Como um colonizador maldito,

Esperando esquartejar o último habitante.

A fala é só um suspiro que grita

Em sons abafados e incontidos,

Feito o vidro que se espatifa no

Acidente do hábito dos fingidos.

Prova o olhar faminto corroendo

As órbitas e cavando o crânio

Sombrio que espreita o eclipse

Da espécie humana parasita.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 10/10/2024
Código do texto: T8170744
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