Insanidade
Dentro do sorriso
Rasgado, a língua
Se contorce feito
Verme em carne podre.
As palavras são como moscas
Se refestelando no banquete
De morte, zumbindo a risada
Transbordante dos lábios assassinos.
Engasga com o sangue grosso
Em um mar de vísceras espumantes,
Como um colonizador maldito,
Esperando esquartejar o último habitante.
A fala é só um suspiro que grita
Em sons abafados e incontidos,
Feito o vidro que se espatifa no
Acidente do hábito dos fingidos.
Prova o olhar faminto corroendo
As órbitas e cavando o crânio
Sombrio que espreita o eclipse
Da espécie humana parasita.