Degelo

Derrete o mármore

Da carne doentia,

Entremeado por

Uma tragédia cínica.

O entreposto de um

Mercado humano,

Exposto à pútrida

Ganância que negocia

A miséria.

O luxo do descarnar

Que expõe as vísceras

Dos sentidos, escarificados

Nas lâminas do tempo histórico.

Qual um corpo que pende

Da sacada de um disparo,

Projetando a angústia fria

A cada passo da extinção.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 10/10/2024
Código do texto: T8170720
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