Culpa

Cheguei cansada.

Colhi as flores

Murchas, coitadas,

Descoloridas, empoeiradas,

Pareciam mortas...

Reguei as flores,

Como sangue em carne viva,

Dilaceradas, de pétalas escorridas

No ralo da pia.

Não ressucitaram.

Agora vão me culpar por todas as queimadas da vida.