Masmorra

A prisão do cotidiano

Que grita no silêncio dos

Hábitos, castiga a carne

Resignada ao suplício.

Dor é o tempero diário

Dos costumes medíocres

Que não escandalizam,

Apenas corroem as vísceras

Através da maquinaria assassina.

O cadafalso se dá pelo templo

Da carne, que se mutila em

Mão de Obra proletarizada nas

Dobras engenhosas de uma

Mecânica de estripar: Tripalium.

Doce gozo do carrasco que é

Qualquer um, indefinível algoz

Que paga impostos e rende culto

Ao Capital. Liberal de Mercado.

Sangra para receber salário,

Enlouquece na trama cinza

Da selvageria. Vive na prisão

Renovada de uma vida consumada

E consumista. Erguei-vos Comunistas!

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 10/09/2024
Código do texto: T8148140
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