Masmorra
A prisão do cotidiano
Que grita no silêncio dos
Hábitos, castiga a carne
Resignada ao suplício.
Dor é o tempero diário
Dos costumes medíocres
Que não escandalizam,
Apenas corroem as vísceras
Através da maquinaria assassina.
O cadafalso se dá pelo templo
Da carne, que se mutila em
Mão de Obra proletarizada nas
Dobras engenhosas de uma
Mecânica de estripar: Tripalium.
Doce gozo do carrasco que é
Qualquer um, indefinível algoz
Que paga impostos e rende culto
Ao Capital. Liberal de Mercado.
Sangra para receber salário,
Enlouquece na trama cinza
Da selvageria. Vive na prisão
Renovada de uma vida consumada
E consumista. Erguei-vos Comunistas!