Pós Ver
Ouço o pássaro morto
Na calçada dura,
Fritar sob o sol
Escaldante.
Os holofotes refletidos
Em uma poça imunda
De uma chuva passada,
Choram o chorume do lixo.
As folhas secas formam
Uma flora sublime,
Cobrindo o asfalto
Sem graça e contínuo.
No ar, o cheiro de morte.
Um morto esquecido,
Em um cômodo varejado
De moscas famintas.
Somos só restos do
Próximo amanhã,
Aguardando a desforra
Do Tempo, que nos contempla.