Ser Pente

Ao entremear nas ondulações

Dos cabelos serpenteantes,

É quase visível as rugas nos

Trejeitos do teu jeito.

Salpica uma gota do pó

Que compõe as dunas

Desse deserto que sua

Estadia mais íntima.

No colo do crânio aberto,

Os pensamentos ecoam

Feito lobo sem matilha,

Uivando para a lua do globo

Ocular.

Raspa o mato capilar que encobre

As vistas perdidas em alto mar,

Balançando na linha do horizonte

Que corta o mundo e a carne.

— Ah, Rapunzel! Se soubesses,

Já teria pedido uma visita de

Dalila, curvado o pescoço só

Para o aparadouro da guilhotina,

Que é navalha na sua face.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 21/08/2024
Código do texto: T8134020
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