De Grau

De grau em grau

Nos movimentos

Toscamente oblíquos,

Vejo passos sonoros.

O refletor dos olhos

Acabrunhados se esvai

Com a cólera seca que

Cobre a garganta segregada.

Toca a lâmina da superfície

Em um baile de cortes rasos,

Quase raquíticos, a ponto de

Tecer um rastilho horas.

Ouça o sangue com aroma

De átomo, no regresso

Deslizante do impossível

Que nos destornamos.

Um riso toca a silhueta da

Parede e trinca o espartilho

Da esperança, dilatando

Sempre o último momento.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 03/08/2024
Código do texto: T8121211
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