De Grau
De grau em grau
Nos movimentos
Toscamente oblíquos,
Vejo passos sonoros.
O refletor dos olhos
Acabrunhados se esvai
Com a cólera seca que
Cobre a garganta segregada.
Toca a lâmina da superfície
Em um baile de cortes rasos,
Quase raquíticos, a ponto de
Tecer um rastilho horas.
Ouça o sangue com aroma
De átomo, no regresso
Deslizante do impossível
Que nos destornamos.
Um riso toca a silhueta da
Parede e trinca o espartilho
Da esperança, dilatando
Sempre o último momento.