Ritos finais - delírios.

 

Agora manifesta em mim aquela criança, 

Que se agita na gangorra que balança…

Que teima em não sair da rua…

Agora em mim aflora aquela infância, 

Cuja pressa e a ganância, 

Fez-me ingerir comida crua… 

🖤🖤🖤🖤

Às vezes vejo-me desobediente,

Desligado, irreverente, 

Hoje, sem comer comida crua, 

Sem tampar pedra na lua

Mas a engolir comida quente…

🖤🖤🖤🖤

É uma pressa danada de viver…

É a ficha que cai, tenho mais passado do que futuro…

Nem é medo de morrer,

É não saber, o que se passa atrás do muro…

É como aqueles piques de esconder,

Te sentes tão visível, portanto, tão inseguro!

🖤🖤🖤🖤

Trens fantasmas, carrossel, rodas gigantes…

Amores fugazes, de pouquíssimos instantes…

Os morros que lá subi, ainda não pude descer,

Meus temores revivi, num inexplicável entardecer…

🖤🖤🖤🖤

Eu tenho pesadelos, o Super Homem não vem,

Eu me sinto em Kryptônia, a perder forças também…

🖤🖤🖤🖤

Ah, minhas andanças, magnética ressonância,

Da irreverência à arrogância…

Eu queria ter poder de plasmar pelas eras,

De juntar-me às quimeras, nos cafundós do além…

Tudo me é permitido e, por tanto, tenho sofrido! 

Pois nem tudo me convém.