Distopia
O ralo rala os pelos
Despejados do corpo
Posto em águas sujeitas
À eletricidade domada.
Nos cachos de dedos
Pendurados na composição
De gestos mortos, quase
Líquidos, espremidos contra
O azulejo lodoso.
Um ápice de vibrações
Vocais suspensas na trama
Dos rejuntes retalhados,
Como uma colcha falsamente
Artesanal.
Aloja a louça na lousa
Do mármore simulado da
Pia, que escorre as refeições
De ontem na possibilidade de
Um alimentar adiante, consumindo
O tempo no esgoto da existência.