Distopia

O ralo rala os pelos

Despejados do corpo

Posto em águas sujeitas

À eletricidade domada.

Nos cachos de dedos

Pendurados na composição

De gestos mortos, quase

Líquidos, espremidos contra

O azulejo lodoso.

Um ápice de vibrações

Vocais suspensas na trama

Dos rejuntes retalhados,

Como uma colcha falsamente

Artesanal.

Aloja a louça na lousa

Do mármore simulado da

Pia, que escorre as refeições

De ontem na possibilidade de

Um alimentar adiante, consumindo

O tempo no esgoto da existência.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 14/05/2024
Código do texto: T8063227
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.