Ver-se
O retângulo da mesa
Posta abre-se aos pisos
Percorridos por listras
Que cobram o caminhar.
No vaso, as flores olham
Para o teto, exalando o
Seu murchar, com cores
Vivas que fazem cheirar.
Os quadro quádruplos se
Equilibrando na parede macia
Acostumada a deslizar numa
Brancura hospitalar.
Quase vejo o vento artificial
Desfolhando a planta artificial
Mais viva que a realidade do
Ser que insiste em se projetar.
A tela escura na bancada é
Um convite ao espelho oculto
Que nos fita nos mais íntimo
Em que nossa insignificância
Permite perscrutar.