Ver-se

O retângulo da mesa

Posta abre-se aos pisos

Percorridos por listras

Que cobram o caminhar.

No vaso, as flores olham

Para o teto, exalando o

Seu murchar, com cores

Vivas que fazem cheirar.

Os quadro quádruplos se

Equilibrando na parede macia

Acostumada a deslizar numa

Brancura hospitalar.

Quase vejo o vento artificial

Desfolhando a planta artificial

Mais viva que a realidade do

Ser que insiste em se projetar.

A tela escura na bancada é

Um convite ao espelho oculto

Que nos fita nos mais íntimo

Em que nossa insignificância

Permite perscrutar.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 07/05/2024
Código do texto: T8057925
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