Lascas

Abre os olhos soltos no ar

E faz a órbita gritar como um

Espectro que gravita ao redor

De uma existência em finitude.

Rasga a carne e revela

As entranhas estranhas da

Falta de sanidade,

Como um duplo que revira

Para se repetir como dobra.

Goteja a angústia da dor

Prolongada e faz dançar

A falsa harmonia em um caos

De consolo e alegria insana.

Apara as sobras e raspa em

Lascas o corpo disruptivo.

À meia-noite, dobra o dia

E faz a escuridão habitar

O eco do vazio.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 10/04/2024
Código do texto: T8038840
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