Lascas
Abre os olhos soltos no ar
E faz a órbita gritar como um
Espectro que gravita ao redor
De uma existência em finitude.
Rasga a carne e revela
As entranhas estranhas da
Falta de sanidade,
Como um duplo que revira
Para se repetir como dobra.
Goteja a angústia da dor
Prolongada e faz dançar
A falsa harmonia em um caos
De consolo e alegria insana.
Apara as sobras e raspa em
Lascas o corpo disruptivo.
À meia-noite, dobra o dia
E faz a escuridão habitar
O eco do vazio.