Fugas
Sobre os traços
Dos descaminhos
Desinvestidos,
Posso olhar para o
Céu nublado e contemplar
O mundo despido de sentido.
No antever o frescor
De um dia interminável,
Na eternidade do instante
Fugido, abraçando a esperança
Despedaçada que grita de uma
Janela esquecida.
Gritar pra dentro é como
Engolir os sentidos, atingindo
O desespero que goteja daquela
Árvore não mais frondosa,
Que se curva sobre os próprios
Galhos ressequidos.