Beirada
Da beira a borda
Bate o horizonte
Como beirada que
Corta o zênite.
Abaixa o olhar
Oblíquo na nudez
De pálpebras
Carcomidas pela
Vigília indócil.
Ver o verbo borrar
A noite de um dia
Ensolarado, sombreando
As costas da fronte
No jorro de uma fonte
Estéril.
Abre as asas de braços
Crucificados e envolve
O mundo que é esse
Instante que precede o
Impacto surdo.