Um gole de agonia

Pus alguns versos meus

Em um copo de vidro com água

E o balancei devagar...

Tomei-os esperando o gosto que ia sentir na boca...

Não decifrei nada,

Mas intensamente sentir

Que minha mente ficou mais enlouquecida...

Debulhei o sentido obscuro de uns escritos

Que escrevi na inscerteza da madrugada,

Pus a substância viscosa numa beira de estrada,

E por onde ela se espalhou,

Um abismo sem fundo se abriu,

E fiquei escutando o que de lá tudo

Ficou ecoando, balbuciando, repetido e frio

Apenas palavras compostas de nada...

O livro não escrito que pesa todo em mim

Foi postado na substância do sem sono,

E agora ando por aí a sentir deveras o abandono...

Que seja assim,

Que de outro jeito não queria,

Fiz tudo isso,

Para ver se isso me envenena

Ou é isso que me cria...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 07/12/2023
Reeditado em 07/12/2023
Código do texto: T7949068
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