Um gole de agonia
Pus alguns versos meus
Em um copo de vidro com água
E o balancei devagar...
Tomei-os esperando o gosto que ia sentir na boca...
Não decifrei nada,
Mas intensamente sentir
Que minha mente ficou mais enlouquecida...
Debulhei o sentido obscuro de uns escritos
Que escrevi na inscerteza da madrugada,
Pus a substância viscosa numa beira de estrada,
E por onde ela se espalhou,
Um abismo sem fundo se abriu,
E fiquei escutando o que de lá tudo
Ficou ecoando, balbuciando, repetido e frio
Apenas palavras compostas de nada...
O livro não escrito que pesa todo em mim
Foi postado na substância do sem sono,
E agora ando por aí a sentir deveras o abandono...
Que seja assim,
Que de outro jeito não queria,
Fiz tudo isso,
Para ver se isso me envenena
Ou é isso que me cria...