Faz de conta
Apesar de renovado o contrato de seus dias, e de adiar-se o prazo para a despedida,
De sentir o leito que se tinha banhado em lágrimas como berço esplendido,
Ainda assim, persiste a nênia,
Feito um video de baixo áudio,
Permanecendo para sempre,
Sem ter edição ou ser regravado.
Embora de joelhos e com inovadores vocábulos tenham, até aqui lhe sustentado,
se distinguem entre todos e ainda retinem,
O caco da pia, o vidro do copo, o espelho quebrado.
E alma dá as costas, deixando aos quatro ventos quem não cala mais por pena,
E não mais se estampa de tristeza,
Porque de raiva chora.
Conquanto persiga o calendário tracejado do tempo pelo céu abreviado,
As águas doces abrigam o monstro,
Esfriam as setas que lha podem acordar,
E floresta incendiada para a morte de uma hydra, inultimente queimará.
Na solidão do fogo gelado
Na sorte que é tal morte se encarnar.
No faz de conta onde o amor é assasinado.