Poema - Insônia part 5
Poema – Insônia part 5
Eram duas e trinta e cinco da madrugada
Estava chovendo lá fora
Como se todas as crianças órfãs do mundo
Soubessem que os seus pais
Foram suicidas dependurados
Em cordas e angústias (...)
Entre uma garrafa de Vodka
E algumas gramas de cocaina
A depressão que se alastra pelo meu corpo
E corrói a minha mente
Se transformava na silhueta
De tudo aquilo que algum dia me feriu
Rasgando as vísceras
Desta carne podre e pecaminosa
As paredes frias
Choravam com a minha tristeza
Na calada da noite
Entre uma garrafa de vodka e outra
Vou me afundando na solidão
Da qual me condenei desde o dia
Em que eu nasci
Os olhos turvos devido a embriaguez
O nariz cheio de sangue e cocaína
A filosofia muda
Que hoje já não me diz mais nada
Rimavam poeticamente
Com esta necessidade louca
De me enforcar
Ao som das sinfonias cantadas
Romanticamente pelas vozes
Na minha cabeça
Elas eram doces
Como os lábios de uma prostituta de luxo
Que te enlouquece com seus beijos falsos
Mas ainda assim, te fazem delirar
Tal como nenhuma outra mulher
Seria capaz de faze-lo
Eram seis da manhã
Meus olhos já estavam cansados
Toda a angustia havia ido embora
Junto com a última garrafa de vodka
Meus olhos estavam se fechando aos poucos
Ao longe eu conseguia ver a silhueta do Diabo
Ele estava chorando
E eu também...
- Gerson De Rodrigues