Poema - Silêncio

Poema – Silêncio

“ O Diabo está arrastando a cara de Cristo

Na sala de estar

Escuto ele berrando, escuto ele chorando

Track, track, track

Os seus ossos se quebrando

- Oh pai por que me abandonaste?

Sussurrava com medo de ser ouvido

Ele sofria em silêncio

Gritávamos em silêncio

Não podíamos perturbar ninguém (...)”

Ah dias em que venho enlouquecendo em silêncio

Filmes de tortura e estupro passam diante dos meus olhos

Gritos de horror e agonia ensurdecem meus ouvidos

E eu estou lá, calado e sorrindo

Não posso reclamar, não posso dizer uma única palavra

Sufragando minhas necessidades

Escondendo minhas loucuras

Entorpecendo-me de mentiras

Uma personalidade falsa

O rei das mentiras

Eu sou Cristo e vocês os romanos

Eu sou a mão ensanguentada e vocês o martelo

O prego corroendo meus ossos

A dor rasgando minha pele

O sangue escorrendo pelos meus dedos

Gritos de dor sufragados em silêncio

Gritos de dor engasgados na garganta

Paranóias escondidas em apatia

Desejos sufragados em masturbação

Fetishes escondidos em memórias distantes

No silencio da calada da noite

Eu sou apenas mais um

Agonizando com a minha própria loucura

Assistindo a essência da minha alma

Desfazendo-se como cadáveres em cativeiros

Sempre fui o filho do Diabo

Hoje, eu não sou mais ninguém

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 16/06/2022
Código do texto: T7538949
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